Que o reality RuPaul’s Drag Race é indiscutivelmente sobre as drag queens, disso não restam dúvidas. Mas também chama atenção em todas as edições do reality, o casting do Pit Crew: sempre um grupo de homens sarados, os assistentes de palco presentes em alguns desafios do programa.
A Pit Crew chegou a incluir um homem trans em seu elenco na versão norte-americana, mas nunca um dos rapazes chamou tanto a atenção quanto Mina Gerges, da nova versão canadense. Fora do padrão de corpo “barbie” de todos rapazes da atração até hoje, ele ostenta com orgulho seu corpo no reality e nas suas redes sociais.
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Gerges se considera “campeão de positividade corporal” e já participou de campanhas publicitárias de Calvin Klein e Sephora, antes de sua estréia na Drag Race”.
Mas nem tudo foram flores. Sua estreia em RuPaul gerou uma série de abusos e bullying online, o que surpreende por RuPaul ser assistido por LGBTs principalmente, uma comunidade que deveria antes de tudo prezar pela inclusão e positividade de todas as pessoas.
Sobre as críticas, Gerges desabafou no Twitter: “Eu li centenas de comentários de gays rotulando, criticando e analisando meu corpo, e isso não é nada fofo. Apenas avalie que finalmente está vendo a diversidade corporal no elenco, em vez de ter algo negativo a dizer sobre isso”.
Felizmente muitos responderam a ele para “ignorar os haters”, enquanto alguns reconheceram a importância de seu papel ali nesta desconstrução. “Ver alguém como um membro da equipe de boxe com um tipo de corpo como o meu era realmente empoderador”, escreveu um internauta.
A jornalista egípcia-americana Mona Eltahawy também enviou uma mensagem de apoio: “Vejo você e lhe envio amor e solidariedade. Representando orgulhosamente as pessoas de tamanho #Egípcio, #Canadiano e #LGBTQ”.
O modelo e influenciador #BodyPositive parece ter aceitado o conselho em outro post onde disse: “Eu também recebi milhares de DMs de homens compartilhando sua jornada com a imagem corporal e aprendendo a aceitar seus corpos, e isso mostra o quão poderoso esse momento foi, e sou muito grato por isso! Não vou mais dar importância aos comentários maldosos”
Mona Gerges cresceu no Egito e Abu Dhabi, antes de se mudar com sua família para o Canadá, quando tinha 12 anos.
“Quando eu tinha 9 anos, entrava no quarto da minha mãe e usava batom vermelho quando ela não estava em casa. Fui a uma escola só para meninos em Abu Dhabi e tive que fingir ser alguém que não sou para me encaixar e não me intimidar mais, e sempre apreciei esses momentos de alegria que senti no batom vermelho da minha mãe. Penso no meu eu mais jovem e no quanto ele precisava saber que ficaria bem e que não há nada errado em ser diferente. Que nossa cultura passe a entender que ele também é tão bonito e que não há nada errado com ele”, desabafou a nova estrela queridinha dos fãs da versão canadense de RuPaul.