Em um desabafo bastante honesto e necessário, a atriz Maria Clara Spinelli, que já atuou em produções da TV Globo como “A Força do Querer”, “Supermax” e “Carcereiros”, falou não só sobre a sua difícil situação profissional, mas a da grande maioria dos profissionais que são homens ou mulheres transexuais.
“Conversando hoje com meu empresário, compartilhando com ele meu desânimo, ele me disse q me oferece para todas as produções em que existam personagens no meu perfil… Mas os produtores de elenco nunca respondem e nem justificam porque não sou sequer selecionada para testes de personagens não transgêneros”, desabafou a atriz.
VÍDEO NOVO DO PÕE NA RODA:
Ela ainda fez um comparativo a situação de profissionais negros, contando que seu produtor a disse que isso lembra a experiência que ele teve décadas atrás trabalhando com modelos negras. Elas também não eram bem vistas no mercado de trabalho.
Maria Clara ainda lembrou que atores trans só são chamados para fazer personagens trans, que são poucos.
“Sem falsa modéstia, sou conhecida e respeitada por produtores, diretores e autores de cinema, teatro e TV. Muitos já elogiaram meu trabalho. Mas, com exceção de Glória Pires e da Rede Globo, nunca ninguém me ofereceu personagem que não seja transgênero.
Se para o Mercado eu SÓ TENHO CAPACIDADE PARA FAZER PERSONAGENS TRANSGÊNEROS, então, talvez, NÃO EXISTA UMA CARREIRA PARA MIM. PORQUE NENHUMA ATRIZ PODE SOBREVIVER APENAS FAZENDO PERSONAGENS TRANSGÊNEROS, até porque nem existem tantos assim. E, mesmo q houvesse, eu não sou um estereótipo, e não aceitaria isso”, afirmou em seu Instagram.
(continua abaixo)
Veja também:
Veja abaixo o post da atriz na íntegra em se Instagram, onde ela citou uma frase de João Nery, escritor, homem trans e ativista LGBT, onde ele afirma: “Não basta ter nome. Tem que ter casa e emprego. E ninguém dá emprego pra trans”.