Provavelmente, em algum momento você já parou para reparar pichações em banheiros públicos masculinos e ficou chocado com as mensagens e discursos de ódio que incentivam ao preconceito e a uma masculinidade tóxica. Pois bem, um projeto divulgado no Instagram @banheirodehomem mostrou um levantamento que busca apresentar uma reflexão sobre o assunto.
A pesquisa apontou que, nos espaços masculinos, 57,7% das mensagens eram discursos de ódio, enquanto no feminino 66,8% traziam um conteúdo de apoio e incentivo à vida. Quando analisado o teor do discurso nos espaços destinados aos homens, 33,8% das pichações envolvem homofobia, 14% ódio às mulheres, sendo que, desta porcentagem, 5,6% envolvem discurso de agressão a mães.
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Outro dado interessante revelado pelo projeto está relacionado às pichações que falam sobre “sexo”. No masculino, o tema apareceu 16,26% das vezes, enquanto no feminino, em 13,81%. De acordo com o levantamento, a porcentagem pode até ser próxima, mas a diferença está novamente no teor das mensagens.
No espaço destinado às mulheres, as pichações falam sobre o direito ao próprio corpo, ao empoderamento e a discussões sobre legalização do aborto. Já nos banheiros masculinos, os discursos estão relacionados à dominação através de sexo anal, ao falocentrismo, a abusos sexuais e estupros e a comportamentos como se masturbar em locais públicos.
Para chegar aos resultados, foi realizado um estudo com base estatística a partir de 375 fotos, que foram recebidas entre 20 de março e 10 de abril pelo perfil do projeto no Instagram. A iniciativa é fruto de uma parceria da agência Soko Comunicação com a marca de roupas íntimas Mash.
Vale ressaltar que pichação é considerada crime no Brasil, nos termos do artigo 65 da Lei 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais), que pontua o ato de pichar como vandalismo. A pena de detenção pode variar de 03 meses a 01 ano, e multa.