“Eu dedico essa imagem na capa da revista, a minha vó Jandira, minha mãe Ângela, minhas primas Jenifer e Ludmila, a minha tia Adriana e todas e todes que estão por aí”. Foi desta maneira que a cantora Liniker falou sobre a capa histórica que protagoniza da nova edição da revista Claudia, justamente a edição que celebra o mês da mulher.
Se trata de um marco histórico vindo de uma tradicional revista feminina de moda e comportamento publicada no Brasil pela editora Abril. É a primeira vez que a publicação coloca uma mulher trans, negra e de origem periférica nesta posição de protagonismo vendendo a sua edição logo na capa.
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Usando um vestido vermelho esvoaçante enquanto se apoia em uma cadeira e posa belíssima, Liniker aparece clicada pelas lentes da fotógrafa Julia Rodrigues, a quem Liniker também agradeceu pelo que chamou de “olhar lindo dentro e fora da lente”.
Sobre a nova edição, a revista Claudia afirmou em suas redes sociais: “A cantora Liniker é nossa quarta capa do mês de março. Ela discute o futuro do gênero, as quebras dos padrões retrógrados e um novo olhar sobre nossas identidades. ‘As representações de nossa existência são muito plurais, somos muito mais que uma informação mastigada’, defende Liniker, que luta pelo dia em que a população trans não será jogada às margens.’”
“Eu vejo nessa capa de revista um tanto daquelas conversas na mesa de casa lá no Yolanda, de mãe, vó e tia planejando uns futuros muito grandes e sonhos que sempre faziam a gente rir e imaginar as coisas. Sempre deram as chaves pra gente sonhar, vibraram pelas nossas vontades e vibram até hoje (desde o dia em que eu falei pra minha mãe que eu seria uma das capas da @claudiaonline , ela me escreve pra poder saber se já pode passar na banca pra pegar a dela)”, escreveu Liniker em seu Instagram sobre a conquista.
E continuou: “Agradeço imensamente as energias que vieram antes de mim e às tantas que tem caminhado juntes comigo por todos esses cantos, ecoando todas essas memórias e existindo. E resistindo. E reflorindo. Em movimento”.

Em seu post, Liniker ainda lembrou dos outros meios de comunicação da mídia tradicional de também seguirem este exemplo para quebrarmos tabus e padrões: “Questiono os meios de comunicação que não nos dão espaços em seus folhetins para sim, ser sim uma imagem bonita estampada na frente. Precisamos e queremos nos ver. É urgente”.