Por meio do Disque 100, um casal de uma pequena cidade de Santa Catarina foi denunciado por deixar que seu filho de 5 anos utilize roupas femininas. A criança estaria sofrendo bullying na escola e o caso foi levado para o Ministério Público de Santa Catarina e encaminhado para a área de Infância e Juventude da Promotoria de Justiça do município.
Em entrevista ao G1, a mãe, o pai e a madrasta da criança se disseram muito assustados com a denúncia. “Aquilo foi um baque muito grande para a gente. Achei um absurdo“, desabafou o homem.
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O pai disse que teve que rever seus conceitos, já que desde bem pequena, a criança já mostrava comportamentos femininos e sempre se interessou por vestidos e bonecas.
“Eu já tive comportamentos homofóbicos e até fazia piadinhas. Mas revi tudo isso. Hoje vejo que não há motivos para essas ofensas. Aprendi que algumas piadas ou comentários podem ser muito desrespeitosos.”
Após notar o comportamento do filho, os responsáveis procuraram um psicólogo que revelou que se trata de uma criança transgênero. Ela sempre pediu para ser chamada no feminino e quis deixar o cabelo crescer. Aos dois anos, a criança pediu uma cozinha de brinquedo, e se fascinou.
“Ele dizia que não queria ter barba, nem ser um homem. Ele começou a pedir para usar roupas femininas ou adereços femininos com frequência.”
A própria criança falou sobre o assunto na entrevista e tratou tudo com muita naturalidade.
“É porque eu sou diferente. Nasci menino, mas sou menina”, diz, sem grandes dificuldades na explicação, como se estivesse acostumado a abordar o assunto com outras pessoas. “Mas isso não é um problema.”
O pai teme pelo futuro da criança, mas acredita que ela se dará muito bem ao encarar os desafios que é ser uma pessoa trans atualmente.
“Ele é uma criança muito linda e inteligente pra caramba. Tenho o maior orgulho da filha que eu tenho. O fato de ela ser transgênero não é nenhum problema para mim. Problema seria se ela tivesse falta de caráter ou fosse uma pessoa ruim.”