Este relato chegou à inbox do Põe Na Roda por meio de uma seguidora (que pediu para tirarmos a identificação da matéria pelo excesso de gente que a procurou depois), que relatou o que ocorreu com sua irmã L. (que também pediu anonimato), que é heterossexual e sofreu LGBTfobia no último dia 23. Sim, a LGBTfobia atinge não somente aos LGBTs na sociedade. Acompanhe o caso abaixo.
A garota tem 22 anos e na última sexta-feira voltava de um encontro com amigos a noite indo a pé em direção à sua casa, que era perto, ali pela região do Rádio Clube na cidade de Santos.
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Foi quando um grupo de cinco rapazes a avistou de longe, um a chamou de “Travesti” gritando em sua direção e então todos começaram a vir atrás com provocações, xingamentos e agressões verbais, que tinham tudo para se tornarem agressões físicas com o grupo de agressores vindo em sua direção.
Sozinha, a vítima simplesmente apertou o passo o quanto pode pra chegar na sua casa, que era duas esquinas adiante. Por sorte, no meio deste caminho, passou por um mercado ainda aberto e achou mais seguro entrar e esperar que eles eventualmente desistissem de perseguí-la. Infelizmente não adiantou.
“Nisso eles ainda vieram até a frente do mercado e continuavam xingando e fazendo ameaças enquanto eu estava lá dentro.”, relatou a vítima ao Põe Na Roda. Os rapazes então formaram um paredão para impedir sua saída da loja.
Em uma tentativa de conseguir ajuda, ela teve a ideia de pedir a uma atendente do local para chamar a polícia. A moça felizmente ligou e em minutos chegou uma viatura para ajudá-la a sair do estabelecimento em segurança, finalmente conseguindo voltar para casa com a garantia dos policiais.
Ao perceber que chegaria uma viatura da polícia, o grupo de LGBTfóbicos se dispersou e sumiu, é claro. Mas o que teria acontecido a L. se não tivesse tido a sorte de achar um estabelecimento aberto? Teria sido xingada e ameaçada até chegar em casa? Ou pior, agredida em mais um caso de LGBTfobia do cotidiano brasileiro?
O acontecimento não teve um fim tão trágico, mas garantiu à L. um trauma do qual ela tenta se livrar agora. Sua irmã contou ao Põe na Roda: “Ela está traumatizada e tomando calmantes. Com medo, não está mais saindo na rua nem de manhã, quanto mais a noite!”
É importante ressaltar que o acontecido com a garota é mais um caso de LGBTfobia que também acontece com héteros, como quando pai e filho tiveram uma orelha decepada na rua por agressores acharem se tratar de um casal gay. Ou quando uma mulher com câncer, sem cabelo, foi confundida com LGBT na rua e também foi agredida.
Fica mais uma vez provada a urgência da criminalização da LGBTfobia pelo STF, uma medida necessária em país tão LGBTfóbico como o Brasil, e que ajuda TODOS os cidadãos. A votação da decisão atualmente encontra-se suspensa a pedido do ministro Toffoli, agora a espera de nova data para voltar em pauta.
Você é LGBT e acha a criminalização da homofobia importante? Mande um e-mail (anexe crimes recentes por LGBTfobia, conte casos que você já vivenciou ou conhece, etc) para o gabinete do ministro Toffoli falando da urgência de se ciminalizar a LGBTfobia: [email protected]