Crianças criadas por casais homoafetivos se saem melhor na escola do que aquelas com pais heterossexuais. Ao menos é o que diz um novo estudo que comparou o desempenho escolar das crianças em ambos os tipos de família.
A pesquisa da Universidade de Oxford e da Universidade de Maastricht, na Holanda, vai contra o argumento homofóbico comum de que a paternidade homoafetiva seria prejudicial para crianças.
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Foram analisados dados de quase 3.000 crianças de casais homoafetivos (com dois pais gays ou duas mãe lésbicas, sendo 2.786 casais de lésbicas e 185 casais gays), em comparação com mais de um milhão de crianças com pai e mãe heterossexuais. Todas as crianças foram acompanhadas nas análises desde o nascimento até o final do ensino fundamental. Um terço delas foi acompanhado até o final do ensino médio.
E aí concluiu-se que as crianças que são filhas de casais homoafetivos tem melhor desempenho geral tanto na escola primária quanto secundária. Mas será que existem razões pra isso? A resposta é sim!

“Descobrimos que pais homoafetivos costumam ter a família mais planejada e terem poder aquisitivo maior, além de serem mais velhos e mais educados do que a maior parte das famílias héteros”, disse à Unilad o autor principal do estudo, Deni Mazrekaj.
“Provavelmente por muitos terem que apelar a programas de fertilidade ou procedimentos de adoção, muitos tendem a ter maior nível de riqueza”, sugeriu.
Na Europa, os custos de adoção variam normalmente entre € 15.000 e € 40.000, enquanto a inseminação artificial pode chegar a € 1.500 por tratamento, com uma taxa de sucesso de cerca de 15 por cento. Os custos são semelhantes ou até maiores em outros países.
O estudo também fez um recorte considerando apenas casais heteros e homoafetivos no mesmo recorte socioeconômico. Neste caso, o bom desempenho na escola foi mais próximo, ainda que mesmo assim tenha mostrado vantagem aos filhos de casais homoafetivos.
Outra razão, além da socioeconômica, apontada neste caso seria o fato de famílias homoafetivas que tem filhos, realmente desejarem muito ter filhos e se planejarem pra isso. Entre heterossexuais, há muitos casos de casamentos que acontecem mais por força da cultura e/ou da família, do que desejo real das pessoas envolvidas, que muitas vezes não questionam ou agem por pressão da sociedade ao redor, consequentemente, sendo pais menos dedicados e/ou mais insatisfeitos como reflexo disso.
“Portanto, é provável que outros fatores também desempenhem um papel, por exemplo, são gestações desejadas e pais do mesmo sexo também são muito propensos a se tornarem pais, devido aos procedimentos que devem ser submetidos para ter filhos”, concluiu Mazrekaj sobre o estudo.