Tá realmente difícil de entender… Primeiro, algumas semanas atrás, o Papa diz a um fiel gay que Deus o ama da maneira que ele é. Depois é noticiado que o Papa disse em um encontro com famílias católicas na Itália, que “família de verdade é formada por homem e mulher”, uma afirmação que caiu como uma bomba em católicos evangélicos.
E agora, sabe-se lá se foi por arrependimento ou outro motivo qualquer, foi revelado que o Vaticano reconheceu famílias LGBT pela primeira vez em uma tentativa de posicionar a Igreja Católica de maneira mais inclusiva e atual no mundo.
Em um documento do Vaticano publicado na última terça-feira (21), figuras importantes da Igreja mencionaram a sigla LGBT, algo inédito e que alguns podem interpretar como uma maneira de reparar os comentários anteriores e que negam a validade das famílias gays.
Conforme noticiado pelo GayStarNews, o cardeal Lorenzo Baldisseri, secretário-geral do escritório do sínodo do Vaticano, disse à imprensa que a sigla LGBT foi implantada porque é usada por jovens e a Igreja estava fazendo o mesmo.
“Nós estamos abertos. Nós não queremos ser fechados em nós mesmos ”, disse ele.
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A mudança marca uma partida da linguagem anterior usada pelo Vaticano. No passado, chegou a usar termos como “pessoas com tendências homossexuais”, enquanto documentos mais recentes já usam o termo “homossexuais”.
O Papa Francisco inclusive recentemente chegou a citar a palavra “gay”, algo inédito para um pontífice até hoje.
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O novo relatório que inclui a questão LGBT nas discussões da Igreja foi divulgado antes da Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, prevista para outubro. Um dos temas da agenda será “Jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
“O objetivo principal do Sínodo é conscientizar toda a Igreja sobre sua tarefa importante e nada opcional de acompanhar a geração mais jovem, sem exclusão, para a alegria do amor”, disse o cardeal Baldisseri.
No entanto, a medida ocorre apenas alguns dias depois que o papa Francisco irritou os grupos LGBT dizendo que famílias gays não eram famílias de verdade, sendo esta apenas a formada por homem e mulher.
Agora depois, disso, sai esse documento novo do Vaticano em que a pauta LGBT volta a ser tocada pela Igreja até com algum respeito e boa vontade, como se parece.
Dá pra entender?
Não se sabe ao certo se isso é de alguma maneira um pedido de desculpas pelos comentários feitos recentemente diminuindo famílias de gays e lésbicas, ou se isso já estava sendo planejado e o comentário close erradíssimo do Papa foi apenas um terrível equívoco neste difícil caminho de adaptar uma instituição arcaica e milenar como a Igreja aos tempos atuais.