De acordo com o portal Pink News, um político polonês gay comparou o tratamento dado às pessoas LGBTQIA+ na Polônia com a forma como os judeus eram “desumanizados” antes da Segunda Guerra Mundial.

Robert Biedron é um político gay e ativista que foi nomeado por uma coalizão de partidos de centro-esquerda na Polônia para concorrer à presidência nas eleições deste ano, mas perdeu para o presidente anti-LGBTQIA+ de direita, Andrzej Duda, que permanece no poder depois de fazer da homofobia um dos pilares centrais de sua campanha.
VÍDEO NOVO DO PÕE NA RODA: |
---|
Em uma “carta à família” publicada antes da eleição, Duda se comprometeu a “proibir a propagação dessa ideologia” nas instituições públicas e “defender a instituição do casamento” definida como uma “relação entre uma mulher e um homem”.
Poucos dias antes da eleição, Duda até propôs uma emenda à constituição da Polônia que proibiria casais do mesmo sexo de adotarem crianças.
Em uma entrevista à Reuters antes de uma reunião do Parlamento Europeu sobre uma possível ação contra a Polônia por causa de seu tratamento à comunidade LGBTQIA+, Biedron, disse : “O presidente da república desumaniza as pessoas LGBTQIA+ e as chama de ‘não humanos’.
“Lembro-me dos livros escolares que os judeus [antes da Segunda Guerra Mundial] eram desumanizados, eram chamados de ‘não humanos’, e para mim isso se assemelha àqueles tempos.”
Quase 100 governos municipais ou locais poloneses se proclamaram zonas “livres da ideologia LGBTQIA+”, cobrindo quase um terço do país, e no ano passado o parlamento europeu aprovou uma resolução que condenava veementemente as “zonas livres de LGBT”.
Biedron insistiu que o governo polonês deve ser punido por “não respeitar o Estado de Direito” na UE. Ele disse: “Porque o que é a comunidade europeia? É sobre o respeito pela igualdade, pela liberdade e pelo respeito às minorias.”
Durante a sua campanha presidencial, Biedron recebeu ataques implacáveis e acrescentou: “Para ser honesto, eu esperava [homofobia]. Mas fui um ativista por muitos anos, lutando pelos direitos LGBTQIA+ quando isso era realmente um tabu. Portanto, ser candidato e ter o apoio de tantas pessoas é um sinal de progresso”.