O ex-deputado federal Victório Galli (PSL), que atualmente é assessor especial do presidente Jair Bolsonaro, deverá pagar R$ 100 mil à comunidade LGBT por danos morais.
A decisão da juíza Célia Vidotti, da Vara de Ações Civil Pública e Popular, de quinta-feira (28), atende pedido da Defensoria Pública de Mato Grosso.
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Para a Defensoria Pública, o então deputado, ao invés de atuar dentro dos propósitos de um parlamentar, restringia sua atuação da Câmara Federal a ‘inferiorização’ e ‘ridicularização’ da população LGBT: “O discurso de ódio pelos gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros sempre esteve presente em seus palanques”, afirmou a defensoria.
A denúncia ainda diz que Galli usava palavras que promoviam a injúria, ora atribuindo aos homossexuais traços nitidamente negativos, como a utilização de adjetivos como ‘veados’, ‘dois barbudos se casando’, ‘zoológico de gays’.
Na decisão, a juíza Célia Vidotti alegou que o ex-deputado lesou valores fundamentais da sociedade como a dignidade da pessoa humana e a liberdade.
Em sua defesa, Victório Galli alegou que tem o direito de emitir suas opiniões. “Eu tenho direito de dar opiniões, você está entendendo? Se é direito deles dar o que eles querem dar, porque eu não posso dar opinião?”, disse Galli.
A magistrada entendeu que o ex-deputado federal proferiu discurso de ódio contra homossexuais por meio da imprensa e de redes sociais. Galli viralizou na internet ao afirmar que filmes da Disney incentivariam crianças ao homossexualismo. “O Rei Leão é outro filme que faz apologia ao gayzismo”, declarou ele na época.
Os R$ 100 mil que deverão ser depositados em juízo por Victório Galli devem ser destinados a alguma entidade LGBT, que deverá ser indicada pelo Conselho Municipal de Atenção a Diversidade Sexual, não poderá ter fins lucrativos e deverá trabalhar no combate a violência e discriminação contra a comunidade LGBT.