A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo Bolsonaro, Damares Alves, se defendeu de críticas do gado – como são chamados os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais – que vem criticando-a duramente na Internet.
Acontece que o ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos está, surpreendentemente, realizando um projeto pró-LGBTQ de capacitação profissional de travestis em situação de vulnerabilidade. 2020 realmente não tá pra brincadeira, né?
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Segundo informou o Universa, ontem, em uma das tradicionais lives semanais do presidente Bolsonaro, o próprio questionou Damares sobre o fato, ao que ela explicou “ser obrigada a defender o tema”.
“O parlamentar coloca [o projeto] e eu sou obrigada por lei a fazer. Se eu não cumprir, não executar a emenda parlamentar que é impositiva, eu respondo por crime de responsabilidade. Eu tenho que cumprir”, disse a ministra.
Bem, se havia algum traço de humanidade em Damares realizar projeto que ajuda travestis em situação de vulnerabilidade, acabou aqui, né? Dizer que só fez a caridade porque foi OBRIGADA parece até mais cruel do que simplesmente não fazer uma caridade.

Bolsonaro emendou a fala de Damares culpando “a esquerda”, (só pra variar, como tudo em sua vida): “É prática do pessoal de esquerda apresentar esses projetos comoemendas impositivas para que o MMFDH (Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos) seja obrigado a cumprir uma agenda LGBTQ+”.
Ambos afirmaram que a opção de realizar um programa de profissionalização foi da própria ministra, que poderia apenas decidir onde cumprir a pauta LGBTQ+.
No ano passado Damares já havia expressado preocupação com travestis que vivem na rua por falta de capacitação para o trabalho. “É uma população que precisa de nossa atenção”, afirmou a ministra em seu Twitter na ocasião.
Muitas travestis estão nas ruas não por opção, mas por falta de capacitação para o trabalho. É uma população que precisa de nossa atenção https://t.co/PDaUiyqMR8
— Damares Alves (@DamaresAlves) May 5, 2019
Ainda assim sendo criticada, Damares tentou se defender das críticas do gado: “Não vamos fazer seminários, cartilhas. O que vamos fazer? Proteger esse público que agora, com covid, está passando fome, está doente. A gente vai dar cursos para essa população, para que travestis possam se profissionalizar para ingressar no mercado de trabalho. O edital que está aberto, qualquer instituição pode se habilitar para dar os cursos”, afirmou.

O presidente Bolsonaro aproveitou a mesma live para detonar a escola do Rio de Janeiro que foi notícia na última semana porque decidiu adotar gênero neutro em seu vocabulário: “Escola é pra aprender física, química, matemática, português… Não essas besteiras”, disse o presidente, que curiosamente, só fala besteira.